II Chá das Marias traz teatro, reflexão e argumentações legais acerca da violência contra a mulher

O evento fechou as discussões do Agosto Lilás

A segunda edição do Chá das Marias realizado pela Prefeitura de Japeri, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) fecha as atividades do Agosto Lilás trazendo reflexões e reafirmando o compromisso da gestão municipal com a pauta de combate à violência contra as mulheres. O encontro aconteceu, no auditório do Centro Municipal de Especialidades (Cemes), em Engenheiro Pedreira.

Os trabalhos foram abertos pelo trio de servidores do Ministério da Saúde, que realizaram a encenação da canção “Triste, louca ou má”, de Francisco, el Hombre, que versa, “E o homem não me define, minha casa não me define, minha carne não me define, eu sou meu próprio lar”. O grupo atua como agentes de endemias na cidade de Queimados e realiza apresentações teatrais para a reflexão de que a atividade como agente de endemias não os define.

“Quando entramos numa casa não encontramos só larvas e focos de mosquitos, em muitas há focos de violência. E essa endemia que nós precisamos também trabalhar e limpar da nossa sociedade”, declamou o servidor, Eduardo Dutra, ao lado de, Jose Netto e Sonia Santos, que compõem o grupo.

A coordenadora de Epidemiologia, Renata Lameira, reafirmou o compromisso da gestão municipal com a continuidade das ações de enfrentamento. “Que possamos perpetuar todas as ações que estamos realizando no município não somente no mês de agosto, mas durante todo o ano. Seguimos as orientações da Prefeita, Dra. Fernanda Ontiveros, de que somos todos parceiros na luta por essa causa”, disse.

Presente no evento, o subsecretário de Vigilância em Saúde, Amaro Viana Neto, compôs a mesa de abertura com a psicóloga do Juizado de Violência Doméstica de Nova Iguaçu, Joelma Perrut e a defensora pública e coordenadora do Núcleo especializado de Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), Maria Matilde Alonso.  “Eu estou muito orgulhoso de poder estar nessa mesa e ouvir quem lida com a temática diariamente. Vou estar mais instruído na defesa das mulheres vítimas de violência e na disseminação das informações”, disse o gestor, se licenciando para permanecer na plateia.

As palestrantes expuseram um diálogo reflexivo sobre as diversas vertentes da violência, incluindo a necessidade de atendimento dos agressores. “Atendê-los não significa isentá-los da culpabilidade dos seus atos e nem eximi-los das penalidades judiciais, esse é mais um caminho de enfrentar as violências”, relata Joelma Perrut, que também faz parte do Laboratório de Estudos de Gênero, Educação e Sexualidade (Legesex) da UFFRJ.

 Já a defensora, Maria Matilde, define que a Lei Maria da Penha, ainda é uma jovem de 17 anos, mas, que nos trouxe um grande avanço. “A sociedade ainda é muito machista e nosso desafio é trabalhar para mudar essa cultura. E isso passa pela educação das crianças”, relata. “A rede, é para além do sistema de justiça, passa pela assistência social, educação e pela conduta social, que precisamos redefinir”, completa.

O evento foi organizado pelo Programa Viva Japeri, representado pela psicóloga, Ana Paula Bittar e pela assistente, Maria Cristina Ribeiro. Participaram do evento representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Centro de Referência de Atendimento à Mulher alvanira de Souza (Cram), Guarda Municipal, Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), Programa Segurança Presente, Núcleo de Atendimento à Criança e ao Adolescente (NACA) de Nova Iguaçu, Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher, Criança e Adolescente (PAISMCA), Programa de Tabagismo de Japeri e o Projeto Nunca Mais.

Fotos: Lucas Alexandre

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